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A vitamina D faz parte do grupo de vitaminas lipossolúveis que possui um papel fundamental no equilíbrio do metabolismo de cálcio e fósforo. Além disso, também atual na regulação do sistema imunológico e, em níveis suficientes, vem sendo associada a melhores prognósticos em indivíduos com doenças autoimune, síndrome metabólica, diabetes mellitus, hipertensão, doenças cardiovasculares e distúrbios neuropsicológicos. Aqui você vai entender mais sobre a Vitamina D, a falta dela, suplementações e fontes diversas para manter a sua sempre em dia!

O calcitriol, forma ativa da vitamina D, tem sua formação a partir da vitamina D2 (ergocalciferol) e vitamina D3 (colecalciferol). O colecalciferol é sintetizado na pele após exposição à radiação ultravioleta B (UVB), mas também pode ser obtido através de alimentos de origem animais. As principais fontes alimentares são peixes gordurosos (salmão, truta, sardinha em óleo, atum), óleo de fígado de bacalhau, ovos, queijo cheddar e bife de figado. Já o ergocalciferol está presente nos alimentos de origem vegetal, em especial cogumelos expostos a radiação UVB e leveduras.

Existe a opção dos alimentos fortificados com vitamina D2 ou D3. O leite de vaca e de origem vegetal, manteiga, margarina, cereais matinais são os alimentos comumente escolhidos para serem fortificados. Contudo, por mais que o conteúdo de vitamina D nos alimentos seja estável, sua contribuição é incerta devido as oscilações de consumo, ou seja, são alimentos consumidos em baixa frequência por não fazerem parte da maioria dos padrões alimentares diários.

Conforme demonstrado na figura 1, a vitamina D2 e D3, independente da fonte, sofre duas reações de hidroxilação. A primeira ocorre no fígado para formação do calcidiol / calcifedio ou 25(OH)D. Logo em seguida, ocorre a segunda hidroxilação no rim, convertendo o calcidiol em calcitrol, a forma biologicamente ativa da vitamina D.  

Figura 1: 

Deficiência de Vitamina D E Recomendações

Há controvérsias sobre a necessidade geral dos níveis de vitamina D séricos, mas em consenso, pode-se definir a suficiência com concentrações >20ng/mL para população geral e >30ng/ml para indivíduos acima de 65 anos, com comprometimento ósseo pré-existente ou em terapias que aumentem o risco de fragilidade óssea (glicocorticoides e hormonioterapia), insuficiência entre 12 e 20 ng/mL, deficiência <12 ng/mL e risco de toxicidade em níveis >100 ng/mL.

Atualmente, entende-se que quase 30% dos adultos apresentam deficiência de vitamina D sérica e cerca de 60% estejam com quantidades insuficientes, contribuindo para o aumento da fragilidade óssea e outras comorbidades. A deficiência pode acontecer por múltiplos fatores, como menor exposição solar, aumento da prevalência de obesidade, genética, restrições alimentares e em pacientes com doenças de má absorção (doença inflamatória intestinal, insuficiência pancreática, doença celíaca, fibrose cística, doença hepática colestática e síndrome do intestino curto). Como a vitamina D é lipossolúvel, depende dos sais biliares para melhor absorção intestinal e, consequentemente, ser transportada para os tecidos alvo. Dessa maneira, o comprometimento da absorção intestinal justifica baixos níveis de vitamina D sérica.

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Existem algumas maneiras de aumentar as concentrações de vitamina D sendo a principal delas a síntese cutânea através da exposição solar. Entende-se que quinze minutos de exposição solar em todo corpo sem protetor ao meio-dia seria suficiente para sintetizar uma quantidade ótima de vitamina D. Entretanto, é difícil estipular um padrão universal de exposição solar que caiba a todos e que dispense outros meios de obtenção, visto que questões como idade, período sazonal, tempo e momento de exposição, clima e características somáticas podem reduzir a síntese cutânea.

Devido à instabilidade na obtenção de vitamina D a partir da exposição solar e de fontes alimentares, principalmente para vegetarianos e veganos, o uso de suplementos via oral ou aplicações intramusculares de vitamina D pode ser a estratégia mais certeira para corrigir sua deficiência e manter os níveis séricos estáveis ao longo do tempo, tanto que, inúmeros estudos observam a eficácia da suplementação de vitamina D2 ou D3 nos níveis séricos de vitamina D.

Tipos de Suplementação de Vitamina D 

Por mais que o colecalciferol seja a forma de suplementação de vitamina D comumente utilizada, estudos recentes estão investigando o uso de outros tipos de vitamina D para desfechos clínicos específicos, evidenciando a importância de escolher o composto mais adequado mediante a individualidade de cada caso.

Quando comparado com ergocalciferol, observa-se pequenas diferenças que podem tendenciar a escolha da utilização do colecalciferol como fonte principal. Uma delas é uma meia-vida cerca de 10% mais curta do ergocalciferol em comparação ao colecalciferol. Essa condição é devido a sua menor afinidade com a proteína de ligação da vitamina D. Uma revisão sistemática sugeriu que a vitamina D3 aumenta mais os níveis de 25(OH)D circulante do que a vitamina D2. Na maior parte dos estudos avaliados em uma revisão da Nutrients (2021), as intervenções com colecalciferol foram mais eficazes na melhora das concentrações séricas de 25(OH)D total e 25(OH)D3 e na regulação dos níveis de paratormônio (PTH) do que quando utilizado o ergocalciferol.

Outro meio de suplementação é através do uso dos metabolitos, principalmente em situação em que existe o comprometimento das funções renais e hepáticas. O uso de calcifediol, em dosagens de 30 a 200 µ / dia, vem sendo utilizado em pacientes com doenças no fígado, pois não necessita de hidroxilação hepática. Também favorece os indivíduos com síndrome de má absorção intestinal, visto que é mais hidrofílico que o colecalciferol e o ergocalciferol e apresenta uma absorção mais rápida. Sua efetividade é notada para melhora dos níveis séricos de vitamina D em mulheres pós menopausa e em pacientes com insuficiência renal crônica. Entretanto, a literatura científica sugere que tratamento da deficiência de vitamina D com colecalciferol garante maior segurança e eficácia para maioria dos indivíduos, utilizando o calcifediol apenas em pacientes com insuficiência hepática ou síndrome de má absorção intestinal.

O calcitriol, forma ativa da vitamina D, tem sua aplicação em pacientes com hiperparatireoidismo secundário grave por insuficiência renal crônica ou genética e para aqueles com síntese de calcitriol reduzida. Possui rápida absorção e meia vida de poucas horas, contudo, é associado ao aumento da incidência de hipercalemia, sendo necessário a monitoração constante do cálcio sérico durante a sua suplementação.  

Não existe um consenso universal definindo a melhor dose terapêutica de vitamina D a ser utilizada. Ela irá depender do nível de deficiência e características individuais de cada paciente. Na Tabela 1 está um resumo das diversas recomendações terapêuticas de vitamina D pelas sociedades cientificas e agencias internacionais.

Tabela 1  

Benefícios da Vitamina D

Está claro os inúmeros benefícios associados a níveis séricos suficientes de vitamina D. Entretanto, compreende-se que, na maioria dos casos, não é possível atingir tais níveis apenas com a exposição solar, consumindo as fontes alimentares e os alimentos fortificados. Dessa maneira, aumentam as chances de desenvolver uma deficiência de vitamina D, podendo comprometer a saúde geral.

A fim de evitar essa situação, recomenda-se a suplementação da vitamina D para correção da deficiência e manutenção dos níveis séricos. A forma e dosagem de suplementação mais adequada deve ser escolhida mediante a necessidade de cada indivíduo, sendo o colecalciferol aquele que se enquadra na maioria dos casos, ressalva a condições mais graves como insuficiência renal, hepática e síndrome de má absorção intestinal.

Contudo, ainda existem muitos vieses nos estudos envolvendo vitamina D como a falta de padronização das concentrações ideais e doses de suplementação aceitáveis, principalmente em populações especiais (gestantes, lactantes, crianças, atletas, bariátricos e alguns grupos étnicos), falta de controle dos níveis séricos de vitamina D prévios a intervenção e da presença de condições clínicas que favorecem a deficiência de vitamina D (idosos, obesos e indivíduos com diabetes, má absorção intestinal e doenças renais crônicas) e a falta de padronização dos métodos de avaliação.    

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