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A descoberta de uma doença pode vir acompanhada de um turbilhão de emoções e sentimentos. Medo, ansiedade e preocupação passam a ocupar o dia a dia dos pacientes frente ao desconhecido. É possível que haja, junto a isso, sintomas físicos, como irritabilidade, tontura, fadiga, palpitações, insônia, entre outros.

Não é diferente quando se trata dos cânceres de próstata e testículo, abordados respectivamente no primeiro e segundo artigos da série “Especial Novembro Azul”. O diagnóstico e o tratamento de ambas as doenças passam pela atenção conjunta e multifatorial de profissionais da saúde, cujo papel é fundamental na conscientização das enfermidades.

A saúde mental é um dos eixos a ser trabalhado atentamente, a fim de promover o bem-estar dos pacientes e atenuar os impactos de uma realidade desafiadora. Nesse sentido, o quarto e último artigo da série “Especial Novembro Azul” aborda a importância do cuidado emocional na jornada de pacientes oncológicos.

Autocuidado: um olhar afetuoso para si

Receber o diagnóstico de uma doença provoca mudanças psíquicas em meio às incertezas do futuro. Afinal, qual o próximo passo? Onde procurar ajuda? Qual o tratamento adequado? Existe chance de cura ou controle?

No caso dos cânceres de próstata e testículo, o percurso enfrentado pelos homens abrange essas e outras dúvidas profundas, que podem desbalancear o equilíbrio emocional do indivíduo como um todo.

De acordo com pesquisas científicas, “transtornos psiquiátricos são recorrentes em pacientes com câncer, o que pode prejudicar a adesão ao tratamento clínico ou medicamentoso”. Existem, também, preconceitos que interferem na percepção do homem sobre si mesmo, envolvendo hesitações quanto à saúde sexual e à virilidade.

Consequentemente, os impactos da descoberta afetam a qualidade de vida do homem. Como exemplo, há casos de evolução da doença ou piora nos resultados esperados. É como um efeito cascata: o abalo emocional acarreta sentimentos como medo e desesperança, seguidos de incertezas que podem fazer com que o paciente questione a efetividade do tratamento. O prejuízo à saúde mental é intenso.

Por isso, a abordagem integrativa envolve a necessidade de um olhar afetuoso do paciente para si mesmo, acompanhado de uma rede de apoio composta por familiares e profissionais da saúde capacitados.

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Estratégias de cuidado para pacientes com câncer

O primeiro passo após o diagnóstico é o diálogo constante entre profissional da saúde e paciente, para a elaboração de alternativas que busquem efeitos colaterais mais brandos, a depender do estágio da doença. Além da terapia clínica, é necessário o acompanhamento constante, com a reeducação de hábitos. Nesse âmbito, inserem-se estratégias relacionadas à saúde mental.

Algumas opções são:

  • Prática regular de atividades físicas: os exercícios, quando realizados diariamente, são aliados à saúde, pois fortalecem as defesas do corpo. Uma alternativa interessante é a atividade aeróbica, a ser realizada mediante recomendação médica e acompanhamento físico;
  • Meditação: são comprovados os benefícios da meditação para a redução do estresse e da ansiedade, sintomas que podem se apresentar após o diagnóstico de uma doença grave;
  • Mindfulness e autocuidado: é importante que o paciente busque estratégias para ter a sua atenção voltada ao presente (e não somente ao que pode acontecer), expandindo as suas percepções, a tolerância e o autoamor, principalmente diante de uma situação complexa;
  • Terapia individual e/ou em grupo: o cuidado psicológico e psiquiátrico ajuda o indivíduo no gerenciamento de suas emoções.

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Como uma rede de apoio pode ajudar o paciente durante o tratamento?

A jornada emocional ao descobrir o câncer é complexa, e a abordagem profissional se torna um ponto-chave na busca de melhores resultados clínicos e terapêuticos. O cuidado emocional, aliado ao tratamento escolhido, pode causar efeitos positivos em relação aos sintomas da doença, uma vez que a saúde mental tem relação direta com a percepção do homem sobre a situação que enfrenta. Os profissionais da saúde são responsáveis, nesse sentido, por uma assistência humanizada, considerando o momento em que o paciente se encontra.

Do mesmo modo, o apoio da família e dos amigos inclui ações que podem facilitar o manejo da situação, como a solidariedade, as mudanças consensuais na rotina e o respeito ao momento atual. Todo o conjunto, se bem administrado, pode amenizar os impactos do diagnóstico do câncer de próstata ou testículo.

Antes de encerrar o “Especial Novembro Azul”, lembre-se: é importante deixar de lado mitos relacionados à saúde masculina. A realização de consultas e exames médicos no tempo recomendado, a fim de evitar a descoberta da doença em um estágio avançado, é necessária. Após o diagnóstico, deve-se manter a atenção à saúde com regularidade.

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