Fatores hormonais, radicais livres, estresse oxidativo e perda de massa muscular são condições decorrentes do processo de envelhecimento. Contudo, envelhecer não acontece apenas de forma natural e fisiológica, pode acontecer também por causa de distúrbios metabólicos e neurodegenerativos.
Fatores externos como a exposição excessiva a raios ultravioletas, o etilismo crônico, uso excessivo de medicamentos, cigarro, poluição ambiental, obesidade e diabetes podem favorecer o estresse oxidativo – ou seja, o envelhecimento estético.
Envelhecimento e Nutrição
Além dos fatores supracitados que prejudicam o bom funcionamento do organismo temos que lidar com a questão nutricional. Dessa forma, pessoas que dispõem de uma alimentação de baixa qualidade aceleram o processo natural de envelhecimento, o que torna um elo entre alimentação saudável e capacidade de viver bem.
Os radicais livres, por sua vez, são produzidos no organismo em condições normais ou por processos externos como tabagismo, poluição, radiação, solventes orgânicos, pesticidas e anestésicos. Porém, se incentivados por processos externos, os radicais livres podem provocar danos dos ácidos nucleicos, das proteínas, dos lipídeos da membrana celular e das lipoproteínas plasmáticas – causando câncer, doenças cardiovasculares, desordens inflamatórias, doenças autoimunes e doenças do envelhecimento.
Antioxidantes
Segundo a Anvisa (1961), antioxidante é a substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativa nos alimentos. Mesmo em quantidades pequenas, os antioxidantes nos alimentos têm a capacidade de impedir a oxidação, bem como o off-flavour formado no processo de rancificação – o que gera uma certa rejeição do consumidor.
Há uma vasta diversidade de compostos antioxidantes encontrados na natureza, associados à inibição da rancificação nos alimentos, na prevenção do envelhecimento e no aparecimento de doenças crônicas. Os polifenóis, por exemplo, são substâncias que atuam como antioxidante devido à sua capacidade de inibir a formação de radicais livres.
O consumo de elementos antioxidantes contra os processos oxidativos gerados no organismo são evidenciados em diversos estudos por promover uma ação protetora. Visto que o envelhecimento e o aparecimento de doenças como aterosclerose, câncer, artrite, diabetes, doenças do coração podem estar relacionados aos processos inflamatórios oriundos de EROs. Para ficar ainda mais por dentro do assunto, não deixe de conferir as novidades do curso de Medicina Integrativa e Funcional.
Compostos Fenólicos
Compostos fenólicos ou polifenóis está denominado a um grupo de cerca de 8.000 substâncias encontradas em grande parte de vegetais, frutas e alguns produtos industrializados. Pode-se dizer que no meio de tantos antioxidantes os polifenóis são os mais abundantes – embora tenham alguns tipos mais estudados que outros.
Além da atividade antioxidante, os compostos fenólicos consumidos através de frutas e vegetais potencializam a ação de medicamentos farmacêuticos. Esses compostos não são reconhecidos como nutrientes, devido ao fato de não ter evidências de deficiência no organismo.
Estudos apontam que os efeitos dos antioxidantes variam de acordo com a dosagem ou do tipo do estresse. Sousa et al. (2018) analisaram os efeitos de duas doses de extrato de murici (um composto rico em polifenóis) sobre a depressão alastrante cortical (um fenômeno fisiológico relacionado à enxaqueca) e sobre o estado oxidativo do córtex cerebral em ratos adultos e idosos.
Concluíram que a suplementação com extrato de murici promoveu uma redução do dano oxidativo em ratos idosos, e pode ser uma estratégia para tratamento de patologias relacionadas à idade e depressão alastrante cortical.
Alimentos e Capacidades Oxidantes
Na China os tecidos das frutas cítricas como o fruto, as cascas e as flores são comumente utilizadas como ervas e temperos. Além de serem fontes de vitamina C e carotenoides, as frutas cítricas são ricas também em polifenóis – especialmente a hesperidina, naringenina e narirutina – e possui altas capacidades oxidantes.
No Brasil há um grande consumo de frutas cítricas, especialmente a laranja. Segundo Silveira (2014), tanto no consumo de sucos de laranja fresco quanto pasteurizado foi evidenciado um aumento da capacidade antioxidante atuando na prevenção do estresse oxidativo em apenas um único consumo.
O cacau possui efeito na modulação do processo inflamatório, pois está inversamente associado aos níveis séricos de PCR (Proteína C-Reativa), um marcador inflamatório associado a doenças cardiovasculares.
Mas o que tudo isso tem a ver com a sua alimentação? A dieta com alto consumo de verduras, legumes e frutas, ricas em polifenóis, tem sido associada a um menor índice de inflamações e doenças, principalmente as que estão relacionadas ao envelhecimento, devido à forte capacidade antioxidante.