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Por Milena Favalli

Desde a menarca, a primeira menstruação, as mulheres passam por mudanças hormonais e fisiológicas nos órgãos do sistema reprodutor. Mensalmente, sintomas como cólicas, dores pélvicas, alterações no fluxo sanguíneo e inchaço abdominal são comuns.

Embora tidos como normais e esperados, tais sintomas podem representar alterações ou doenças que implicam prejuízos à qualidade de vida e à fertilidade. Os motivos podem ser muitos, e um deles recebe especial atenção neste artigo: a adenomiose.

A adenomiose é uma condição na qual o tecido endometrial, que normalmente reveste o útero, cresce dentro da camada muscular do órgão, conhecida como miométrio. Ainda pouco diagnosticado e conhecido, o distúrbio ginecológico merece destaque, tendo em vista a significativa melhora da saúde feminina após o diagnóstico e o tratamento adequado.

Conheça os sintomas, possíveis causas, formas de diagnóstico e tratamento da adenomiose.

Entendendo o que é adenomiose

O útero, um dos órgãos do aparelho reprodutor feminino, é constituído por três camadas distintas:

  • Endométrio: tecido que reveste a parte interna do útero e desempenha um papel fundamental na fertilidade feminina. Após cada ciclo menstrual, esse tecido é eliminado durante a menstruação, caso não ocorra a implantação do embrião; 
  • Miométrio: camada muscular intermediária responsável pelas contrações uterinas durante o parto;
  • Serosa: camada mais externa que reveste o útero.

Diferentemente da endometriose, na qual células endometriais são encontradas em locais fora do útero, como os ovários e o intestino, a adenomiose é uma condição clínica que se manifesta internamente. Classificada como uma condição benigna, afeta aproximadamente uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Crédito de imagem: Rafael Lima

Existem dois tipos principais de adenomiose: focal, quando ocorre em um ponto específico, e difusa, quando afeta toda a parede uterina. Adicionalmente, pode ser superficial (atingindo até 1/3 da espessura uterina) ou profunda (afetando mais de 1/3 do útero). Embora seja comum, a adenomiose pode ser assintomática, o que dificulta seu diagnóstico precoce.

As causas subjacentes da adenomiose ainda estão sob investigação pela comunidade científica. Hipóteses incluem predisposição genética, inflamação endometrial e ruptura na zona juncional, que é a linha entre o endométrio e o miométrio, após procedimentos cirúrgicos uterinos. A condição é mais prevalente em mulheres acima dos 30 anos e aquelas que já tiveram filhos, embora também possa afetar mulheres mais jovens e nulíparas. Acredita-se que a adenomiose esteja ligada à atividade hormonal, sendo uma condição estrogênio-dependente.

Além disso, é importante ressaltar que o diagnóstico precoce da adenomiose é fundamental para melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas. Reconhecer os sintomas, como dor pélvica crônica, aumento do sangramento uterino e dor durante ou após a relação sexual, pode facilitar o tratamento precoce e a gestão eficaz da condição.

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Sintomas e diagnóstico da adenomiose

Os principais sintomas da adenomiose incluem um aumento significativo do sangramento uterino em quantidade e tempo, levando à anemia; dor pélvica crônica e cólicas intensas no início da menstruação; dores durante ou depois de relações sexuais; e inchaço abdominal.

Como os sintomas são abrangentes e podem ser similares aos de outras patologias, o diagnóstico nem sempre é simples. Além disso, é importante destacar que a adenomiose e a endometriose podem coexistir, assim como outras condições clínicas independentes, como miomas ou pólipos, podem estar presentes em uma mesma paciente.

Para uma investigação precisa da adenomiose, diversas opções de diagnóstico são disponibilizadas:

  • Exame clínico: visando identificar qualquer aumento anormal no útero, juntamente com uma análise detalhada do histórico médico da paciente;
  • Ultrassom transvaginal: utilizado como uma ferramenta inicial para avaliar as características do útero, podendo ser complementado pelo ultrassom transvaginal com preparo intestinal para uma avaliação mais minuciosa;
  • Ressonância magnética: reconhecida como uma das melhores técnicas de diagnóstico, devido à sua sensibilidade técnica, capaz de localizar precisamente as alterações no útero;
  • Histerectomia diagnóstica: indicada em casos específicos para identificar assimetrias e outras alterações visíveis no órgão.

Cada método de diagnóstico pode complementar o outro, proporcionando uma análise mais abrangente e precisa da condição. Vale ressaltar que o diagnóstico eficaz depende de uma atuação médica responsável e atualizada, uma vez que as bases científicas sobre a adenomiose continuam em constante evolução.

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Como tratar a adenomiose?

O tratamento da adenomiose é altamente personalizado, levando em consideração as características individuais da paciente, a extensão da doença e os sintomas apresentados. Por ser uma condição crônica, a cura definitiva não é uma expectativa realista, mas é possível controlar os sintomas para melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas e, potencialmente, preservar a fertilidade.

As estratégias de tratamento incluem uma variedade de abordagens, dependendo dos objetivos e das necessidades específicas da paciente:

  • Uso de anticoncepcionais hormonais com progesterona, que podem ajudar a controlar a dor e reduzir o sangramento excessivo durante o ciclo menstrual;
  • DIU hormonal, uma opção eficaz para algumas mulheres, pois libera progesterona diretamente no útero, ajudando a reduzir os sintomas;
  • Antiestrogênios podem ser prescritos para controlar o crescimento do tecido endometrial e reduzir a dor;
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) frequentemente usados para aliviar a dor e a inflamação associadas à adenomiose;
  • Agonistas do GnRH, medicamentosque podem ajudar a suprimir a produção de estrogênio, reduzindo os sintomas da adenomiose;
  • Implantes subcutâneos podem ser uma opção para algumas pacientes, ajudando a regular os níveis hormonais.

Além da abordagem medicamentosa, é essencial adotar mudanças no estilo de vida para gerenciar a adenomiose de forma mais eficaz. Por ser uma doença inflamatória, recomenda-se a ingestão de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, como frutas, legumes, verduras e sementes.

A prática regular de exercícios físicos, sono adequado, manejo do estresse e hidratação são igualmente importantes para o bem-estar geral.

Outras opções terapêuticas incluem fisioterapia pélvica, que pode ajudar a reduzir a dor e o inchaço abdominal, bem como técnicas de meditação, yoga e acupuntura, que podem ser úteis para controlar os sintomas.

Em casos mais graves e resistentes ao tratamento conservador, a intervenção cirúrgica pode ser considerada. A histerectomia, ou remoção do útero, é uma opção para mulheres que não desejam mais ter filhos e têm sintomas severos. Outros procedimentos, como ablação endometrial e embolização da artéria uterina, também podem ser considerados, embora sua eficácia e recomendação sejam variáveis e sujeitas a controvérsias na literatura médica. A remoção de cistos identificados pode ser indicada em casos de adenomiose focal.

É importante que o plano de tratamento seja discutido em detalhes com o médico especialista, levando em consideração as necessidades e preferências individuais da paciente, além das evidências clínicas disponíveis.

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Impacto da adenomiose na fertilidade

A adenomiose pode ter um impacto significativo na fertilidade, conforme evidenciado por pesquisas científicas. Isso ocorre principalmente quando a doença afeta uma grande área do útero. Nos casos mais graves, a presença de células endometriais no miométrio desencadeia um processo inflamatório que pode prejudicar a implantação do embrião ou resultar em abortos espontâneos. Além disso, as contrações aumentadas do útero também podem dificultar a fixação embrionária.

Apesar da associação entre adenomiose e infertilidade, é importante ressaltar que a gravidez continua sendo uma possibilidade viável, especialmente com orientação especializada em todas as etapas do processo.

O acompanhamento próximo de médicos, nutricionistas e outros profissionais de saúde é fundamental para garantir que o tratamento adotado seja adaptado às necessidades individuais da paciente, possibilitando o manejo adequado da infertilidade e suas causas subjacentes. Este suporte multidisciplinar pode oferecer orientação precisa e otimizar as chances de sucesso durante o processo de concepção.

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