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Considerando o metabolismo oxidativo, cerca de 5% do oxigênio usado pelo organismo não será utilizado pelas mitocôndrias. Esse oxigênio tende a perder um ou dois elétrons na sua camada de valência, se tornando uma molécula instável e fragmentada chamada de radical livre. A presença desses elétrons desemparelhados confere um grau de reatividade alto para as moléculas.

Atualmente o termo Espécies Reativas de Oxigênio (EROs) é usado para englobar diversas espécies radicais e não radicais, como o peróxido de hidrogênio, radical superóxido e radical hidroxilo.

Em um contexto fisiológico a geração de radicais livres ocorre de forma contínua e possibilita a produção de energia por meio de cadeias transportadoras de elétrons, agindo como mediadores na transferência de elétrons durante as reações químicas e nos processos de defesa do organismo.

Homeostase Redox e o Estresse Oxidativo

Como essas moléculas são caracterizadas pelo alto potencial reativo, o próprio organismo atua reestabelecendo a homeostase redox (sistema de transferência de cargas) através de dois sistemas antioxidantes: o sistema endógeno enzimático, composto por enzimas como a superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase que atuam na degradação do superóxido em água; e o sistema exógeno não enzimático, composto por moléculas e nutrientes antioxidantes presentes na dieta que atuam degradando EROs.

Assim, minerais como o magnésio, zinco, selênio e as vitaminas A, C e E são considerados antioxidantes. Esses compostos podem ser obtidos através da dieta ou via suplementação e têm como função principal manter o processo de oxidação em níveis fisiológicos normais.

Desequilíbrio a Favor da Oxidação

Existe um balanço delicado entre a capacidade pró-oxidativa, o sistema antioxidante e um desequilíbrio a favor da oxidação – como quantidades elevadas de EROs pode desestabilizar a sinalização e o controle das reações redox, levando ao chamado estresse oxidativo. 

A superprodução das espécies reativas pode ser estimulada por algumas patologias pré-existentes e por fatores externos como estresse, bebida alcoólica e o tabagismo. Muitas vezes a defesa antioxidante natural do organismo não é suficiente para manter o equilíbrio adequado dos EROs, que quando em quantidades exacerbadas, tendem a reagir rapidamente com macromoléculas como carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos, alterando funções fisiológicas e bioquímicas fundamentais para o funcionamento do metabolismo, e até mesmo levando a destruição celular.

O que Causa o Estresse Oxidativo?

Fatores extrínsecos como exposição excessiva a raios ultravioletas, etilismo crônico, medicamentos, cigarro, poluição ambiental, obesidade e diabetes podem favorecer ao estresse oxidativo. Este processo envolve um desequilíbrio entre formação e remoção de agentes oxidantes, ou seja, a produção de espécies reativas de oxigênio é superior às nossas defesas antioxidantes, favorecendo a oxidação de biomoléculas. 

Além dos fatores supracitados que prejudicam o bom funcionamento do organismo tem a questão nutricional. Indivíduos que dispõem de uma alimentação de baixa qualidade aceleram o processo natural de envelhecimento, o que torna um elo entre alimentação saudável e capacidade de viver bem. 

O acúmulo de radicais livres e o estresse oxidativo trazem consequências ao organismo humano, como disfunção do sistema imune; danos às organelas mitocondriais e do DNA; aumento da chance de desenvolver câncer e tumores; elevação dos níveis de peroxidação levando a um mau funcionamento das membranas celulares; lesão do esqueleto celular; mudanças de estrutura e função das proteínas; inibição na contractilidade das fibras musculares; agravo de patologias como estados como mellitus tipo 2, envelhecimento, inflamações e doenças cardiovasculares.  

Considerações finais 

A suplementação com antioxidantes apresentou evidências benéficas para a peroxidação lipídica, o dano muscular e a resposta inflamatória, situações decorrentes de quantidades anormais de EROs. Porém, essa mesma formação de espécies reativas de oxigênio pode atuar como regulador do sistema antioxidante natural, reestabelecendo a homeostase redox e servindo como via de sinalização dos fatores transcricionais envolvidos na resposta insulínica.  

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