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Devido ao dinamismo do tecido ósseo, há a ocorrência de um reservatório de cálcio, magnésio, fósforo e além de outros nutrientes abordados neste artigo, para a garantia da homeostase do organismo, dessa forma, torna-se visível a importância de uma boa rotina alimentar. Logo se torna fundamental estar alinhado sobre os fatores que determinam a saúde óssea, correlacionando tais determinantes com uma boa e variada alimentação.

As Funções da Morfologia Óssea 

As principais funções orgânicas dos ossos são:  

  • Garantia de sustentação rígida e apropriada para o corpo, protegendo assim vísceras vulneráveis; 
  • Fornecimento do encargo locomotor dos músculos esqueléticos;  
  • Reservatório de elementos minerais, apresentando 99% das reservas corporais de cálcio, 85% das de fósforo e 66% de magnésio;  
  • Controle de fatores sistêmicos, como produção de hormônios e células sanguíneas e citocinas; 

Essas funções, apresentam ser variáveis de acordo com o nível da função do tecido, sendo determinadas pelo ambiente o qual o indivíduo estará situado, influenciadas pelas necessidades de suporte esquelético, fraturas, demandas minerais, demonstrando a variabilidade da morfologia óssea. 

Tipologias  

Para a garantia de uma boa saúde óssea, é necessário um mecanismo ativo de manutenção óssea, envolvendo as duas tipologias ósseas: o cortical e trabecular.  

O componente cortical, garante o desenvolvimento dos ossos longos, como exemplo o fêmur. Enquanto o trabecular, corresponde os limiares ósseos, como exemplo os ossos do carpo.  

Remodelação óssea  

A fase de modelação óssea é realizada durante o crescimento e maturação do indivíduo, ocorrendo até a faixa dos 20 anos, desenvolvendo principalmente a porção cortical. Após essa fase, inicia-se processos denominados de remodelação óssea, caracterizado como um processo dinâmico e continuo, contemplado em 2 fases: a formação e reabsorção óssea, dependendo por meio da ação de osteoclastos, células que garantem a dissolução mineral óssea e catabolismo dos elementos da matriz óssea e dos osteoclastos, células responsáveis pela sintetização e mineralização óssea. Dessa forma a saúde óssea é determinada pelo equilíbrio entre esses dois componentes.   

Nutrientes 

Devido ao dinamismo do tecido, há a ocorrência de um reservatório de cálcio, magnésio, fósforo e além de outros íons para a garantia da homeostase do organismo, dessa forma, torna-se visível a importância de uma boa rotina alimentar.   

O Cálcio e Os Ossos

O cálcio é caracterizado como o mineral mais abundante no organismo, estando localizado em sua maior parte nos ossos e dentes, sendo crucial para funções biológicas como suporte estrutural do esqueleto como consequência ao fortalecimento dos ossos.  

Múltiplas doenças são caracterizadas pela deficiência nutricional de cálcio, como por exemplo a osteoporose, obesidade, problemas renais, resistência insulínica e hipertensão. A boa ingestão de cálcio durante os primeiros anos de vida de uma pessoa, garante a redução do risco de diversas doenças ao decorrer da vida de um indivíduo. A necessidade da ingesta de cálcio varia de acordo as necessidades de cada etapa da vida, como por exemplo, na infância, adolescência, menopausa, gestação/lactação e envelhecimento.  

Alguns episódios podem interferir no metabolismo do cálcio, como por exemplo, a absorção intestinal, o próprio metabolismo ósseo, excreção renal, ingesta de vitamina D, hábitos alimentares ou remanejamento do mineral para outras funções fisiológicas, como por exemplo a manutenção da calcemia, logo a ingesta ofertada diariamente pela alimentação deve ser similar as necessidades corporais, garantindo assim um equilibro entre a demanda e oferta desse componente. 

Sendo considerado uma importante fonte de cálcio, os laticínios garantem uma melhora para o da saúde óssea, conforme as recomendações da Dietary Reference Intake (DRIs)  para mulheres em fase de menopausa, é importante a ingestão de 1200mg / dia, para adultos a ingesta de cálcio deve ser mantida em 1000mg/dia em ambos os sexos e em fases aonde a reabsorção ossea se apresenta maior, como nos idosos, as necessidades diárias aumentam.  

É possível encontrar o cálcio em algumas fontes alimentares, como por exemplo vegetais, frutas e grão, como representado no quadro 1:  

Quadro 1: principais fontes alimentares de cálcio.  

É de importante ressalva a biodisponibilidade do cálcio, pois a presencia de certos componentes alimentares podem comprometer a absorção de tal mineral, como por exemplo o 
ácido oxálico.  Além de componentes alimentícios, a biodisponibilidade do cálcio pode ser influenciada por fatores endógenos, como a idade, patologias e a regulação hormonal.  

O Fósforo e os Ossos 

O fósforo é responsável pela regulação da absorção ossea e inibidor da reabsorção, estudos demonstram que a ingestão de altas quantidades podem ser prejudiciais à saúde ossea, tendo em vista que a elevação da concentração plasmática de fosforo resulta na queda do cálcio ionizado plasmáticos, elevando os níveis de PTH e aumentando assim a reabsorção ossea. Além disso quando os níveis de fósforo plasmáticos estão baixos, o organismo garante a retirada de fosfato da matriz óssea, prejudicando assim fisiologia e morfologia do tecido. Logo, é de suma importância o planejamento dietético adequado para a garantia de uma boa saúde óssea.   

Em fontes alimentares, é possível encontrar o fosforo em carnes, aves, pescados, leite, oleaginosas e ovos, segundo a DRIs a estimativa de ingesta está descrita no quadro 2: 

Quadro 2: referência de ingestão diária de fósforo.

A ingestão de cálcio deve ser incitada juntamente com o cálcio, pois a reação fisiológica de excesso de fósforo é fortemente influenciada pela ingestão de cálcio presente no organismo.  

Quais são as melhores vitaminas para os ossos? 

Vitamina D

Apresenta-se como principal função o desenvolvimento e manutenção da massa óssea, além de prevenir fraturas e osteoporose, pois garante a elevação da absorção intestinal de cálcio como também a qualidade da massa ossea. A vitamina D pode ser obtida de forma exógena, como a ingesta de alimentos fontes e de forma a exposição solar, aonde o composto 7-deidrocolesterol se transforma em vitamina D3 por meio da ação dos raios ultravioletas, que ao chegar ao fígado se transforma em 25-hidroxivitamina D (25OHD) ou calcidiol. 

Por sugestão das DRIs, na ausência de exposição solar, indivíduos adultos devem ingerir 1000UI da vitamina D3/dia. 

Vitamina K 

Além de ser um componente essencial para a coagulação sanguínea, é cofator na carboxilação de diversas proteínas ósseas. A apresentação de deficiência dessa vitamina pode apresentar a redução a densidade mineral ossea, elevando o risco de fraturas e osteoporose.  

Magnésio

No organismo a quantidade média de magnésio é de 25g, a qual sua parte majoritária se apresenta nos ossos. A regulação sérica do magnésio se apresenta em constante dinamismo, dessa forma esse sistema se apresenta dependente da absorção gastrointestinal, excreção renal e regulação hormonal, aonde a deficiência deste mineral pode levar a instabilidade ossea devido a diminuição na síntese de PTH.  

Fontes alimentares desse componente se apresenta em vegetais verdes escuros, legumes, pescados, leite, oleaginosas e cereais integrais, garantindo que as necessidades diárias sejam atingidas com uma dieta balanceada, sendo importante ressaltar que o excesso de ingesta de tal nutriente se dá somente por meio de suplementação.  

As Proteínas e Os Ossos

Consideras um dos grupos alimentares mais importantes, as proteínas são consideradas como componentes estruturais dos ossos, além de garantir o crescimento e manutenção dos tecidos em geral, são também de serem responsáveis pelo controle da absorção e excreção de cálcio, elevação dos níveis de IGF-I, apresentando-se como um estimulador do anabolismo ósseo, estimular a redução dos níveis de PTH.  

Dessa forma, segundo as DRIs, há a concordância que dietas que apresentam quantidades proteicas entre 1,0 a 1,5g/kg peso/dia, garantem a homeostase esquelética, evitando assim a perca de massa óssea e a osteoporose. Para a garantia um bom aporte proteico, pode-se encontra-la em fontes alimentares, como as de animais (carnes, aves, peixes, leites e ovos) e as de cereais e leguminosas, as quais também disponibilizarão os aminoácidos necessários.  

Logo, a saúde e óssea não está somente associada com fatores fisiológicos endógenos, mas também é correlacionada a rotina alimentar saudável representada em todas as fases da vida, tendo a apresentação de um conjunto de vários nutrientes, que acoplados de forma harmônica resultarão em benefícios para saúde.   

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